segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A Arte De Roubar T04C05

A ADVOGADA

― Como um vendedor trabalhando em Minas Gerais, consegue ser preso em Curitiba? – Lívia perguntou.
― Talvez nem tudo que eu te contei seja verdade. – Joel respondeu.
― Bom, se você quer que eu te defenda e te tire daqui, então, talvez, você deva me contar toda a verdade agora. – ela devolveu com expressão séria.
― É justo. – ele concordou e contou tudo desde o começo.
― Uau! – ela exclamou com os olhos arregalados. – Só uau! Você ficou louco, Joel? Como você teve coragem de fazer isso tudo?
― Se posso usar o talvez de novo, talvez devamos nos preocupar mais com o que faremos do que com o que eu já fiz. – Joel falou e recebeu uma encarada.
― Muito bem. – ela disse e se levantou. – Preciso de um tempo para processar tudo isso. Volto depois do almoço. – saiu.
A comida da delegacia não era ruim, mas Joel sabia que havia uma grande chance de ele ser obrigado a provar a comida de uma penitenciária. Ao terminar a refeição, a ansiedade dominou Joel. E quando pensou que Lívia não voltaria, um guarda chegou para abrir sua cela e levá-lo para a sala de visitas.
― Sabe, uma pequena parte de mim achou que você não viria mais. – ele disse.
― Era o que eu deveria ter feito. – ela disse séria e tirou papeis da bolsa. – Apesar de tudo o que fez, você está sendo indiciado apenas por roubo e tentativa de homicídio.
― Só? – Joel tentou brincar, mas a expressão séria da advogada o fez parar. – Desculpa.
― O Sr. Barton disse que aceita fazer um acordo se você devolver o dinheiro que sua equipe roubou. – Lívia disse.
― Não farei nenhum acordo com o Barton. – Joel disse ficando nervoso. – E não tem equipe nenhuma. Só eu.
― Então onde está o dinheiro? – a advogada quis saber.
― Eu não sei.
― Você não vai facilitar as coisas para mim, não é? – ela disse com um sorriso.
― Pense nisso como um desafio. – Joel disse aproveitando a brecha que a amiga lhe deu.
― Está bem, então. – ela disse e guardou os papeis que havia tirado. – Como você é réu primário, vou pedir para que responda o processo em liberdade, mas é provável que tenha que passar mais essa noite aqui.
― Sem problemas. – ele disse.
― Não vou mentir, Joel, isso não será fácil. – a loira disse.
― Eu sei. Obrigado. – ele agradeceu e ela saiu.


Dentro da oficina fechada de Taís, o assunto era um só: como ajudar Joel a sair da cadeia.
― Você quer que o Joel vire um fugitivo? – Léo perguntou.
― Se for o único jeito de ele ficar livre. – Charger respondeu.
― Olha, antes de pensar em ajudar o Joel, precisamos pensar em nós. – Facada disse. – Ou vocês acham que o Barton não vai falar de nós?
― Facada tem razão. – Charger concordou. – Não podemos ficar aqui.
― Para onde vamos então? Todos nossos amigos e conhecidos são suspeitos. Só se alguém que não goste da gente nos ajudasse. – Léo disse. – Conseguem ver a incoerência disso?
― E se for alguém que nunca gostou de um de nós, mas passou a gostar e ninguém ficou sabendo. E de repente, ele nos ajuda e não será suspeito. – Charger disse.
― De quem está falando? – Léo perguntou confuso.
― Eu acho que já sei. – Facada disse. – Acha que o Polaco Azedo vai nos ajudar?
― A sua ideia é o Polaco Azedo? – Léo se espantou.
― Sim, bem ou mal, nós também o ajudamos da última vez. – Charger disse. – O que você acha, Taís? – ele perguntou para a mecânica que estava quieta lendo os papeis que roubara da empresa do Barton.

― Acho que eu já sei como inocentar o Joel e ainda incriminar o Barton. – ela disse subitamente espantando a todos.

domingo, 29 de setembro de 2013

Como escrever contos?

Não, você não leu errado. Eu vou dizer como escrever contos. Os passos são muito simples, mas isso varia de pessoa para pessoa. O que será colocado aqui é como eu funciono. Para começar, eu penso em no capítulo que tenho que escrever, o início e o fim vem mais rápido, o meio é que me toma mais tempo. Assim que crio o enredo geral, começo a escrever e é nessa parte que tudo complica.

Pensar e escrever são coisas bem diferentes. Se ao pensar o meio é mais difícil, ao escrever, o começo é que demora. A primeira frase escrita faz todo o resto fluir. Mas às vezes, é preciso lembrar uma fala ou outra e aí se para um pouco para pensar. Nesse momento crucial, a distração pode ser muito perigosa. Para tanto, eu ouço música enquanto escrevo. Sim, esse é o meu segredo.


Quando tenho tudo pronto na cabeça, ouvir música ajuda a não me distrair. Entretanto, se ainda preciso pensar em alguma coisa, a música acaba atrapalhando. Como eu disse, os passos são simples, mas dois deles são cruciais para se escrever contos: pensar numa boa história com início, meio e fim; e colocá-lo no papel, no caso um arquivo de texto.

E você? Já pensou em escrever algum conto? Põe aquela sequência de canções que você gosta e deixa fluir.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Conspiração Temporal T02C08

CARTA BRANCA

― Vocês passaram dos limites dessa vez. – Krusma disse após ouvir a narrativas dos agentes. – Querem mesmo que eu acredite que duas mulheres vieram do futuro para impedir que a Terra fique radioativa e que um pirralho de 13 anos é a chave para isso?
― Sim. – Zé respondeu. – Elas provaram.
― Ah é? E como elas fizeram isso? – o chefe quis saber.
― Elas mostraram a arma que usaram para matar os estupradores de dois dias atrás. – o agente Z explicou.
― Ah, além de tudo ainda são assassinas. – Krusma disse e respirou. – Olha, nos últimos dois meses vocês cresceram muito aqui dentro. Por isso, a sua equipe sempre tem carta branca para agir como quiser. Mas isso é algo bem inimaginável.
― Senhor, só precisamos que confie em nosso julgamento, se o pior acontecer, nós nos responsabilizamos totalmente. – Érica disse e Zé concordou com a cabeça.
― Muito bem. Mas já aviso, se algo der errado, vocês não terão ajuda nenhuma da agência, que aliás nem existe. – Krusma disse e os dois agentes assentiram. – Então, deixem-me conhecer as viajantes do tempo e o garoto escolhido.


Estavam todos sentados na sala de reuniões, mas quando os espiões voltaram com Krusma, levantaram.
― São esses três? – o chefe perguntou ao ver os três que não conhecia.
― Sim, senhor. – Érica confirmou.
― Se o que estão dizendo é verdade, – Krusma disse para as duas viajantes do tempo. – vocês terão o apoio de uma das melhores equipes dessa agência, mas se estiverem mentindo, sofrerão e muito com as consequências. – finalizou com um olhar severo.
― Aí, tiozinho. – Alex chamou.
― Mais um para me chamar de tio. – Krusma resmungou.
― Se vou participar disso, vou precisar da minha própria equipe. – o garoto disse.
― Você já tem essa equipe. – o chefe devolveu e esticou os braços para mostrar todos da sala.
― Não, essa equipe é da bela morena e do zé mané ali. – Alex disse. – Eu quero a minha equipe. Falo dos meus amigos do grêmio estudantil.
― Ou seja, mais crianças. Está achando que isso é uma brincadeira, garoto? – Krusma disse.
― Senhor, talvez não seja uma má ideia. – Érica disse para o chefe. – Poderíamos usá-los para o Projeto Jovens Espiões.
― Hum, pode ser, mas eles teriam que fazer o treinamento. – Krusma disse enquanto coçava o queixo.
― O que é esse projeto? – Zé quis saber.
― É um projeto em que recrutamos adolescentes para serem espiões, cuja função seria impedir a criação de criminosos. – Érica explicou.
― Entendi, então enquanto a gente prende os criminosos já existentes, eles impedem que novos surjam. – o Agente Z completou.
― Exato. – Krusma confirmou. – Muito bem, pode trazer seus amigos. – disse para Alex. – Lembrem-se que a responsabilidade é toda de vocês. – disse para Zé e Érica e saiu.
― Ufa! – Jess suspirou. – Que linha-dura hein.
― É só por fora. – a Agente E disse.
― E o que ele disse sobre o jornalista? – Nanda perguntou.
― Oh, nós não falamos sobre ele. Achamos que seria muito só a viagem no tempo. – a espiã disse.
― O que faremos agora? – Alex perguntou.
― Nós, que não inclui você, vamos descobrir o que aquele repórter sabe e decidir o que fazer com ele. – Zé disse. – Maurição, você leva o garoto de volta ao colégio dele?
― Pode deixar. – o musculoso disse.
― Isso não é justo, eu quero participar da ação. Não foi por isso que me trouxeram? – o garoto argumentou.
― Sim, mas você disse que precisa da sua equipe. – Zé devolveu. – Então, trate de prepará-la para estar aqui de manhã bem cedo. – o espião disse e os dois se encararam por alguns segundos, com os olhos estreitados.
― Ta. – Alex concordou.
― Agora vão, porque temos o destino de um jornalista para decidir. – Érica disse.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

O Motoqueiro Das Trevas T02C04

A BALADA DO MOTOQUEIRO

Borba soltou a mala cheia de dinheiro na mesa do traficante.
― Está tudo aí? – Valeta perguntou.
― Conta. – o ex-militar disse e fez o traficante rir.
A balada estava lotada. Era preciso gritar para ser ouvido. Faltava pouco para Borba entrar em ação.
― Vejo que é um homem que paga suas dívidas. – Valeta disse para Borba, que assentiu com a cabeça. – Agora me diga, o que aconteceu com os cincos homens que eu mandei para cobrá-lo hoje?
― Não encontrei com nenhum, eles devem ter se perdido ou nos desencontramos. – Borba respondeu, torcendo para Ian se apressar.
Antes que o traficante pudesse dizer alguma coisa a mais, uma grande explosão ocorreu no bar do local. Bebidas e vidros voaram por toda a balada. O tumulto que seguiu esvaziou o estabelecimento. Borba foi com os traficantes para a porta dos fundos. Nesse momento, outro ponto explodiu e em seguida outro, e outro, e outro, e outro.
― Aqui estaremos seguros. – um dos homens de Valeta disse quando saíram nos fundo da balada.
― Eu não teria tanta certeza. – uma voz grave disse e, das sombras, vários tiros foram disparados e todos os alvos caíram.
― Como você me convenceu a participar desse plano louco mesmo? – Borba perguntou.
― Te prometi casa, comida e uma máquina para lavar sua roupa. – o Motoqueiro respondeu e deu um leve sorriso. – Hora do Grand Finale. – abriu a porta e jogou uma granada. – É melhor irmos, isso vai desabar em questão de segundos.
Eram 3h da madrugada quando chegaram ao local seguro. Desceram da moto e Borba não aguentou mais segurar a pergunta.
― Por que eu paguei minha dívida se você ia matá-los?
― Porque ainda preciso de você no submundo. Com certeza alguém de outro grupo te viu por lá. Do jeito que fizemos, você foi só mais vítima do acaso, logo ainda pode ser considerado um ótimo contato para se obter armas. – Ian explicou.
― Agora eu vi um sentido. – Borba disse.
― Vamos acertar alguns detalhes. – Ian começou a dizer. – Esse será o quartel general principal, o QGP. E essa será a única noite que você dormirá aqui. A partir de amanhã, iremos encontrar outros locais seguros para guardar armas e suprimentos. Você ficará em um desses.
― Tudo bem. Como vamos nos comunicar? – o ex-militar perguntou.
― Celulares. Use isto, é muito útil. – Ian disse e lhe entregou um fone de ouvido sem fio. – É um comunicador ligado ao telefone, coloque no ouvido e aperte o botão para ligar ou atender.
― Como conseguiu isso?
― São Paulo tem muita coisa legal. – o Motoqueiro disse e ambos riram. – Agora, vamos descansar que o dia amanhã será cheio.


Na delegacia, Raquel tomava seu café, enquanto lia o arquivo do seu próximo caso. Não demorou muito e o Delegado Rocha jogou o jornal do dia para que ela visse a matéria da capa.
― Ele atacou de novo! – Rocha disse com sua voz alta. – Eles estão chamando de ‘A Balada do Motoqueiro’.
― Mas como eles podem ter certeza que foi ele? E se foi, como prever as ações desse motoqueiro para poder prendê-lo? – Raquel indagou seu chefe.
― As respostas dessas perguntas, detetive, é você quem vai me contar. – o delegado Rocha disse e voltou para sua sala.
Raquel terminou seu café, vestiu sua jaqueta e saiu.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Conspiração Temporal T02C07

CAÇA E CAÇADOR

Alex estava sentado no banco de trás, entre as duas viajantes do tempo. Zé estava no carona e Érica dirigia. O silêncio imperava até que a espiã notou algo de estranho e comentou com os outros.
― Acho que tem alguém nos seguindo. – ela disse.
― Quem? – Zé perguntou e olhou para trás imediatamente.
― Quem quer que esteja no Vectra prata. – Érica disse e todos viram o carro indicado. – Não pode ser só coincidência, ele vem desde que saímos do colégio.
― Você tem algum inimigo, Alex? – Nanda perguntou ao garoto.
― Até tenho, mas isso não faz o estilo deles. – ele respondeu. – Os Timbrelago gostam de se mostrar.
― O que faremos? – Jess quis saber.
― Vamos interceptá-lo. – a Agente E respondeu.

No carro de trás, Rubens mantinha uma distância considerável, não muito perto para não ser reconhecido e não muito longe para não perdê-los de vista. Ele já estava cansando de dirigir quando o veículo da frente parou. Dele, saíram uma mulher morena com óculos e jaqueta de couro, e um garoto com uniforme escolar. Após o desembarque, o Logan prata voltou para a rua.
O jornalista encostou o carro e também desceu. Seguiu seus alvos até uma loja de artigos esportivos. Do lado de fora, ficou observando-os. O garoto pegou o celular e olhou-o por um momento. Então, os dois se encaminharam à saída. Percebendo isso, Rubens deu um passo para trás e se virou para voltar ao carro que havia alugado, mas parou ao ver três pessoas paradas em seu caminho.
― Indo para algum lugar, bonitão? – Érica disse e o jornalista virou para o outro lado, mas nesse momento, Alex e Jess já estavam atrás dele.
― Não é o que estão pensando, eu posso explicar. – Rubens disse.
― E o que nós estamos pensando? – Zé perguntou atraindo o olhar de todos.
― Você vai explicar sim, mas não aqui e não agora. – Érica disse ignorando a pergunta de seu parceiro.


De onde estavam, faltava pouco para chegarem à AGESP. Zé e Alex foram estacionar o carro do perseguidor em algum lugar da rua. As mulheres usaram a vaga destinada à Equipe Z.É.. Rubens foi retirado do porta-malas e a amarra de seus pés foram tiradas. Ainda vendado, ele foi levado por suas captoras a uma sala com apenas uma cadeira e uma luminária.
Elas o amarraram ao móvel e saíram da sala, indo se acomodar em um cômodo vizinho, de onde podiam ver e ouvir seu refém. Zé e Alex voltaram com Rob, Joca e Maurição.
― Encontramos os documentos dele. É jornalista e se chama Rubens Fonseca. – Nanda informou.
― É o cara que foi me entrevistar hoje. – Alex lembrou.
― Sua amiga não tinha ido falar com ele? – Jess perguntou.
― Sim. Deve ter sido rápido, pois ele teve tempo de nos seguir. Mas por que? – Alex supôs e indagou.
― Rob e Joca, façam uma pesquisa completa sobre esse jornalista Rubens Fonseca. – Érica pediu. – Tudo que tiver para descobrir sobre ele, eu quero saber.
― Sim! – os dois responderam em uníssono e saíram.
― Ah! – Maurição disse e todos o olharam. – O Krusma chegou e disse que quer falar com vocês. Já aviso que ele não está no melhor dos humores.
― Eita! – Zé exclamou. – Bom, vamos ver o que ele quer. – disse e olhou para a parceira que assentiu.
― Maurição, leve o pessoal para a sala de reuniões. Esperem-nos lá. – a Agente E disse e saiu com Zé.
A sala do diretor da Agência de Espiões estava com a porta aberta. Os dois espiões que para lá se dirigiam podiam ouvir todos os gritos do chefe.
― Será que vamos sobreviver dessa vez? – Zé perguntou e olhou para a amiga.
― Já passamos por pior. – ele o lembrou.
Ao chegarem, Érica bateu na porta de leve e a empurrou.
― Nos chamou, chefe? – ela disse timidamente.

― Fechem a porta. – ele disse andando de um lado para o outro e Zé obedeceu. – Vocês me devem muitas explicações. – Krusma disse e sentou. – Podem começar!

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

A Arte De Roubar T04C04

RENDIÇÃO

Mancando, Joel conseguiu chegar até a porta. Imaginou que, como não tinha levado outro tiro ainda, Barton não o queria morto.
― Você tem uma difícil escolha para fazer, Joel. – o empresário disse quando o ladrão abriu a porta. – Você ou os seus amigos? Para salvá-los é preciso que se sacrifique. A pergunta que deve ser feita é: eles fariam o mesmo por você?
― Sem pensar duas vezes. – Joel respondeu e saiu mancando.
No corredor do último andar, ele ficou apertando impaciente o botão do elevador, e enquanto não veio, Joel falou com seus amigos pelo comunicador.
― Pessoal! Mudança de planos. Vocês fogem pelos fundos e vão para os carros e eu os alcanço logo. – ele disse e o elevador chegou.
Dentro do compartimento, Joel rasgou a manga esquerda de sua camisa e amarrou em volta do ferimento da perna esquerda. Grunhiu de dor e então se recompôs. Ao sair do elevador teve uma surpresa.
― Charger! O que está fazendo aqui? Eu disse para fugir. – o líder disse.
― Não vou sair daqui sem você. – o amigo devolveu. – Você está ferido. – o mecânico disse ao notar a perna de Joel.
― Confesso que nunca imaginei que acabaria assim, mas eu não posso ir com vocês, só irei atrasá-los e atrapalhá-los. – o baleado disse. – O Barton sabia que viríamos. Desculpa não ter acreditado em você antes, amigão.
― Esquece isso. Precisamos ir. – Charger o apressou e tentou puxá-lo pelo braço, mas foi repelido.
― Não! Você precisa ir. – Joel disse com veemência. – Eu juntei esse grupo, eu confiei no Barton e nos trouxe até aqui hoje. Ninguém além de mim precisa pagar pelos meus erros.
Charger ficou sem resposta e sem ação. Parte dele queria respeitar a decisão do amigo e fugir logo dali, mas outra queria pegar Joel à força e levá-lo embora. O barulho das sirenes ficava cada vez mais intenso. No fim, o mecânico decidiu fugir.
― Nós vamos te ajudar a sair de lá, Joel. – Charger disse enquanto os primeiros carros policiais estacionavam na frente do prédio. – Você tem minha palavra. – disse e saiu.
Assim que seu melhor amigo se foi, Joel caminhou mancando até a porta frontal do edifício. Ele a abriu e vários feixes de luz de faróis de carros foram jogados em seu rosto. Colocou a mão direita sobre os olhos.
― FIQUE DE JOELHOS E COLOQUE AS DUAS MÃOS NA CABEÇA! – disse um policial através de um megafone.
Joel fez o que lhe foi dito e em seguida, dois oficiais partiram para onde ele estava. Um pegou seus braços e os algemou pelas costas, o outro o levantou e o empurrou até uma das viaturas.
Enquanto entrava no banco de trás do carro, Joel só conseguia pensar se seus amigos tinham conseguido fugir.


― O que vamos fazer agora? – Léo perguntou enquanto Charger dirigia.
― Primeiro precisamos de um lugar para ir. O Centro de Operações é o primeiro lugar que irão. O Barton irá se certificar disso. – o motorista respondeu.
― Podemos ir para minha oficina. – Taís sugeriu. – Minha irmã está na casa dos meus tios.
― Perfeito! É para lá que vamos então. – Charger definiu. – Léo, apague todos os vídeos em que nossos rostos apareceram hoje. Não conseguiremos ajudar o Joel se também estivermos presos.
― Certo! Considere feito. – o técnico garantiu.

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― Seja rápido. – o guarda disse para Joel que assentiu com a cabeça.
O detento discou o número e aguardou enquanto chamava.
― Alô! – uma voz feminina atendeu.
― Alô, Lívia? – Joel perguntou.
― Sim, quem é? – ela confirmou e devolveu a pergunta.
― Oi, é o Joel, tudo bem? – ele disse tentando manter a calma.
― Ah, oi, Joel, tudo certo, e você, como está? – ela perguntou.
― Não muito bem, na verdade estou ligando para te pedir ajuda com um probleminha que estou tendo. – ele disse.
― Que problema? O que aconteceu, Joel? – ela falou com tom de voz preocupado.
Joel suspirou antes de responder.

― Eu estou preso. – ele disse. 

sábado, 21 de setembro de 2013

Vamos chegar a um consenso?

Verdade seja dita, desde 1985 não teve um Rock in Rio puramente Rock'n'Roll. E acredito que nunca mais haverá. Por mais que eu não goste da ideia, o mundo está ficando Pop. E, apesar de ser contra a esse estilo num evento de Rock, eu até gosto de alguns cantores e bandas pop. A minha, digamos, revolta é a com incoerência do nome do festival. Afinal se é ROCK in Rio, deveria tocar SOMENTE Rock. Infelizmente, os organizadores não ligam muito para isso.


Acho que é aceitável, já que apenas dois dos sete dias do evento desse ano foram Pop. Ontem mesmo, teve um dos dias mais Rock'n'Roll do festival, na minha opinião. Frejat abriu a sequência de shows da noite. Cantou sua música nova e antigos clássicos, como Segredos e Amor pra Recomeçar, ainda tocou músicas do Tim Maia e Jorge Benjor.

Em seguida, veio duas bandas que nunca se apresentaram aqui no Brasil. Primeiro, Matchbox Twenty, que eu aprendi a gostar. Eles tocaram seus grandes clássicos do início dos anos 90 e ainda, cantaram uma dos Rolling Stones para a galera.


Então veio, para mim, a grande atração da noite, Nickelback. Os canadenses são a minha banda preferida de Rock, e de muitos outros. meses atrás, quando fiquei sabendo que eles viriam, pirei e decidi que iria de qualquer jeito para o Rock in Rio 2013. Infelizmente eu estava no trabalho nesse momento e quando cheguei em casa, os ingressos já tinham se esgotado. Foram apenas quatro horas e tudo havia sido vendido.


Fiquei bem decepcionado e revoltado, mas consegui  assistir o show pela TV. Foi simplesmente incrível. A galera estava super empolgada, como eu estava em casa. O vocalista da banda, Chad Kroeger foi super legal, a interação dele com os fãs foi muito boa e a cada música tocada, o volume da voz das pessoas aumentava.

Há quem vai dizer que nenhuma dessas bandas é rock, e sim pop, que são ruins e tudo mais. A verdade é que existe muita divergência na hora de classificar o que é pop e o que é rock. Para mim, eles são rock, para você, pode não ser. Para fechar a noite, veio o Bon Jovi, que eu não assisti pois o sono havia chegado. Mas fiquei sabendo que fez um grande show também.


Ou seja, no balanço geral, ontem foi um dos dias mais completos e bem sucedidos desse Rock in Rio. Isso que ainda faltam dois dias.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Conspiração Temporal T02C06

O JORNALISTA INTROMETIDO

Quando o jornalista chegou, Diana estava parada a sua espera em frente a uma sala de aula próxima à sede do GEAS.
― Você é o repórter que veio entrevistar o Alex? – ela perguntou.
― Eu mesmo. Pode me dizer onde ele está, por favor? – ele pediu.
― Infelizmente, ele passou mal e teve de ir para casa, mas antes me disse para responder as suas perguntas em seu lugar. – Diana disse e abriu a porta da sala. – Aqui teremos mais privacidade. – disse e indicou o caminho com o braço estendido.
O jornalista percebeu que havia algo errado naquela história, mas resolveu entrar na onda da garota. Ao entrarem, Diana trancou a porta discretamente e sentou no lugar do professor e esperou o entrevistador puxar uma cadeira e ficar de frente para ela.
― Qual é o seu nome mesmo? – Diana perguntou.
― Oh, desculpe minha falta de educação. Meu nome é Rubens Fonseca. – ele disse e estendeu a mão para a garota, que a apertou.
― Diana Meinhart. – ela se apresentou enquanto balançavam as mãos.
― Então, conte-me como seu amigo impediu o colégio de vocês de ser explodido. – Rubens perguntou assim que ligou o gravador e o colocou em cima da mesa.
― Para começar, o Alex não fez nada sozinho. Todos os membros do Grêmio o ajudaram, inclusive eu. – Diana começou a contar. – e a explosão foi só metade dos nossos problemas aquele dia. Enquanto Alex e os outros lidavam com as bombas, eu e mais alguns membros impedíamos a nossa ex-diretora de roubar todo o fundo monetário do colégio.
― Interessante. – Rubens comentou. – Pelo que falou, você é o cérebro e esse Alex é o músculo do grupo. – ele supôs.
― Não, o Alex é muito inteligente também. Ele só é preguiçoso, mas tenho certeza de que se ele estivesse em meu lugar, teria impedido a transferência do dinheiro tão bem quanto eu. – Diana explicou.
― E como vocês descobriram esse esquema? Qual foi a causa? – o jornalista quis saber.


― Deixa eu ver se entendi. – Alex pediu. – O Picodemo vai implantar um vírus capaz de controlar todo e qualquer sistema eletrônico do planeta no jogo que promete ser o mais vendido de todos os tempos?
― Exatamente. – Nanda confirmou.
― E no futuro, a empresa dele será a maior do mundo e os sucessores dele vão usar essa tecnologia para criar a Terceira Guerra Mundial que deixará a Terra radioativa em boa parte de sua superfície. – ele continuou.
― Isso mesmo. – Jess assentiu.
― E o que exatamente vocês querem que eu faça? – o garoto perguntou.
― Venha com a gente para a Agência de Espiões e traçaremos um plano de lá. – Zé respondeu.
― Hum, eu não sei. – o presidente do Grêmio suspirou.
― Pode ir, Alex. Eu confio no Zé. – Manu o incentivou.
― Ta. Vamos ver como é essa tal agência. – ele disse e se levantou.
Assim, Zé, Érica, Nanda, Jess e Alex saíram do GEAS e seguiram para baixo. Nesse momento, Diana saiu da sala com Rubens.
― Foi realmente uma pena o Alex não ter podido estar aqui hoje. – o jornalista disse.
― Sim. – a garota concordou. – Você sabe como sair? – perguntou-lhe.
― Sei sim, obrigado. – ele disse e virou de costas para ela.
Andando bem devagar, Rubens ouviu os passos da adolescente e então o abrir e fechar de porta. Rapidamente, ele se virou e correu sem fazer barulho até a porta do Grêmio. Encostou bem e ficou ouvindo a conversa interna.
― Agência de Espiões? Sério? E ele foi? – Diana perguntou sem acreditar. – Você deixou, Manu?
― Ela foi a que mais incentivou. – Paty entregou.
― Faz tempo que eles foram? – a nerd perguntou.
― Não, uns cinco minutos. Nem devem ter chegado no carro ainda. – Manu disse.
Do outro lado da porta, Rubens parou de ouvir e correu o mais rápido que pôde. Desceu as escadas pulando dois e até três degraus de uma vez. Ao chegar na porta de entrada, parou para respirar e a abriu. Viu um Logan prata passar em sua frente. Só conseguiu prestar atenção no banco de trás, em que tinha duas mulheres e entre elas, um garoto com o uniforme do colégio.
― É ele. – Rubens vibrou e correu para o seu carro alugado. – Isso vai ser divertido. – ele disse e arrancou com o veículo.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

O Motoqueiro Das Trevas T02C03

PARCERIA

― Eu já vou indo então. – Ian disse e se levantou.
― Tão cedo? Fica mais um pouco. – Carol disse e se posicionou na frente dele, abrindo um botão de sua camisa e em seguida puxando o zíper da jaqueta do motoqueiro.
― Acho que posso ficar mais um pouco sim. – ele disse, puxou-a para si e lhe deu um beijo longo e apaixonado.
Como consequência do que começaram, os dois foram parar na cama da morena. Duas horas, recheadas de carícias, amor e sensações de prazer, se passaram. Ao olhar o horário em seu relógio, Ian levantou da cama e começou a se vestir.
― Suponho que agora não há nada que eu possa dizer para te impedir de sair. – ela disse, ainda deitada nua na cama.
― Supôs certo. – Ian concordou enquanto apertava o cinto da calça.
― Promete que vai pensar no que pedi. – ela disse. – Quero muito te ajudar a salvar vidas, incluindo a sua.
― Faça o que pedi hoje. Depois, eu penso no resto. – ele disse e colocou a jaqueta de couro. Sentou na cama para amarrar o cadarço dos coturnos e a morena engatinhou até ele e o abraçou por trás, fazendo seus seios encostarem nas costas dele.
― Promete que vai tomar cuidado. – ela pediu.
― Você está me pedindo muitas promessas hoje. – ele devolveu e recebeu beijos no pescoço. – Fica tranquila, eu sempre me cuido. – disse e se levantou novamente.
Ian ficou de frente para Carol, que estava sentada sobre as duas pernas dobradas. Observou-a por um instante e então, antes de sair, segurou-a pelo pescoço e beijou-a mais uma vez.
― Eu entro em contato. – disse o ex-advogado e foi embora.


― Eu preciso de mais tempo. – Borba disse depois de levar o segundo soco.
― O Valeta está ficando impaciente, e você sabe o que acontece quando o chefe perde a paciência, não sabe? – disse o que havia batido em Borba.
O traficante de armas e ex-militar sabia se defender sozinho, mas era ele desarmado contra cinco homens fortes e armados. Nesse momento, todos ouviram um barulho de moto e olharam para o lado procurando a fonte do som. Cinco disparos de uma pistola e todos estavam caídos no chão na frente de Borba.
― Problemas no paraíso? – o Motoqueiro perguntou quando parou a moto na frente do amigo.
― Achei que estava em São Paulo. – Borba disse.
― Para tua sorte, não estou. Assim posso te impedir de fazer coisas estúpidas que causarão sua morte. – Ian devolveu.
― É, eu também senti sua falta. – o traficante disse e Ian riu.
― O que houve? – o Motoqueiro quis saber.
― Fiz um mal negócio. – Borba começou a contar. – Fiquei sabendo de uma nova arma de guerra que foi recém criada e que alguém conseguiu trazer um carregamento para o Brasil. Decidi ser o primeiro a tê-la, para isso emprestei dinheiro, uma alta quantia do Valeta, um traficante de drogas.
― O que deu errado? – Ian perguntou.
― A tal arma era muito grande e pesada e eu não consegui ninguém que quisesse comprá-la. – o ex-militar disse.
― E agora, o Valeta quer o dinheiro dele de volta.
― Exatamente, e eu estou com um monte de armas novas, grandes e pesadas que ninguém quer. – Borba disse com pesar na voz.
― Eu posso arranjar um uso para elas. – Ian disse e o ex-militar ficou surpreso. – Há seis meses, você me ajudou bastante, Borba. Por isso quero retribuir o favor e também te fazer uma proposta.
― Que proposta? – Borba quis saber.
― Seja meu parceiro, ajude-me a acabar com os bandidos dessa cidade. – o Motoqueiro disse. – No começo, eu queria fazer tudo sozinho, sem envolver ninguém mais em minhas decisões, mas hoje eu sei que é impossível. Eu vou precisar de ajuda para seguir em frente e limpar Curitiba. E então, o que me diz?

― Digo que você demorou muito para me chamar. – Borba disse e abriu um largo sorriso.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Conspiração Temporal T02C05

O GAROTO

Era hora do intervalo e todos os membros do Grêmio Estudantil Abalo Sísmico (GEAS) estavam em sua sede. Alguns estudando, outros se divertindo e outros apenas esperando o tempo passar. Enquanto Alex jogava seu jogo de zumbi preferido, o telefone de sua sala tocou.
― Alô! – o garoto atendeu. – Meu primo? – perguntou para confirmar. – E três mulheres? – disse se empolgando. – Pode deixar subir... Sim, aqui na sede do GEAS. – Alex desligou o telefone e saiu de sua sala.
― Não sabia que você tinha um primo. – Manu, sua namorada, disse quando ele passou por ela.
― Nem eu, mas ele vem com três mulheres. – Alex disse com olhos brilhando.
― E isso é motivo de alegria para você? – a garota loira o indagou.
― Não, claro que não. Eu só... fiquei curioso. – o presidente tentou disfarçar, quando bateram na porta. – Ah, bem na hora! Agora vamos saber quem é o meu primo. – Alex disse e girou a maçaneta.


Do outro lado da porta, o adolescente viu um rapaz alto usando uma camisa xadrez e com cabelo espetado. Depois de alguns segundos apenas se encarando, Alex quebrou o silêncio.
― Hã... Olá! – ele disse.
― Esse é o garoto? – Zé perguntou e olhou para o lado direito, do qual surgiu Nanda para olhar o adolescente.
― É parecido. Jess, você está com a foto? – ela perguntou e a morena apareceu do outro lado do espião.
― Sim, é ele mesmo. – a morena confirmou.
― Ei, eu também quero ver. – Érica disse e surgiu entre Zé e Nanda.
― Me diz que você não é meu primo. – Alex pediu com expressão confusa.
― Zé! – Manu chamou pelo espião que a reconheceu e entrou na sede do Grêmio, sendo seguido por suas amigas.
― Sim, podem entrar. Fiquem à vontade. – o presidente disse assim que todos entraram e fechou a porta.
― O que faz aqui? – Manu perguntou depois que ela e Zé se deram um abraço.
― Bom... é que... – ele disse e olhou para Érica. – Eu sou um espião e estou aqui em uma missão. – explicou e todos os adolescentes ficaram de boca aberta.
― De onde você conhece esse zé mané? – Alex perguntou para Manu.
― Ele é o namorado da minha irmã Duda. – a garota explicou.
― Então você é o nosso amigo em comum na internet. – Zé lembrou.
― Sim. – Manu respondeu e sorriu.
― Muito bem. E você quer me dizer o que quer comigo, Sr. Espião? – o presidente do GEAS pediu.
― Eu, bem... nem sei por onde começar. – Zé disse e coçou a cabeça.
― Eu sei. – Nanda deu um passo à frente e ativou seu cinto, deixando-o visível, e olhou fixamente nos olhos de Alex. – Eu e minha amiga aqui, – ela disse e apontou para Jess. – viemos do futuro. Nós precisamos evitar que aconteça o evento que irá culminar na Terceira Guerra Mundial, que irá deixar metade da Terra, radiotiva. – ela fez uma pausa, mas logo continuou. – Daqui a 10 anos, você será o único com poder para enfrentar o homem que vai dar início a tudo. Esperamos que com nossas informações e com sua inteligência em potencial, você possa nos ajudar a impedir o acontecimento inicial. – a loira concluiu. – Você entendeu?
― Você cheira bem. – Alex conseguiu dizer por fim, ainda olhando para Nanda, que revirou os olhos.
― Ei, garoto, isso é sério. – Zé chamou a atenção do adolescente, tirando-o de seu transe.
― E quem é você para falar assim comigo? – Alex devolveu e se aproximou do espião. Nesse momento, o telefone tocou e Diana que estava mais perto foi atender.
― Eu vou repetir, mas dessa vez, presta atenção. – Nanda disse.
― Não precisa, eu entendi. – o adolescente a impediu. – O futuro é uma merda, vocês voltaram para me avisar que eu serei alguém importante e querem minha ajuda para derrotar o cara que começou a merda que destruiu o mundo.
― Na verdade... – Jess ia falar alguma coisa, mas foi interrompida.
― Alex, é o jornalista de São Paulo. – a diretora financeira avisou.
― Putz, é hoje a entrevista. – o garoto lembrou. – Fala para ele subir.
― Um jornalista não pode saber de nós. – Nanda o alertou.
― Sei disso. – Alex disse. – Di, você pode falar com o repórter? Diz que eu não vim ou passei mal e fui para casa, sei lá.
― Tudo bem, mas depois eu quero saber tudo daqui, hein. – ela pediu e saiu da sede do GEAS.
A mesa de oito lugares do Grêmio foi ocupada pelos quatro visitantes, por Alex, Manu, Patricinha e Caramello. Solano, Hugo e Ciano sentaram-se no sofá próximo à mesa.
― Agora, me contem mais sobre o meu papel nessa Conspiração Temporal. – o garoto pediu.