quarta-feira, 12 de junho de 2013

Detetives Virtuais T01C07

SEPARADOS

Todas as casas eram de madeira e havia poucas delas. Era como uma pequena vila antiga, mas sem os moradores. Os três amigos deram a volta mais de uma vez e não encontraram ninguém em lugar algum. No fim da vila, uma estrada levava para o cume de uma colina, onde se encontrava uma pessoa. Eles se dirigiram para lá.
Ao chegarem mais perto, notaram que havia um grande portal branco ao lado do homem.
― Onde estão todos os moradores? – Kevin perguntou.
― Fugiram de medo depois do que aconteceu. – o homem explicou.
― Medo? Você diz do roubo do banco? – Frank quis saber.
― Sim. Mesmo tendo acontecido na Grande Metrópole, eles ficaram com medo de que alguém voltasse para cá. Por isso, estou guardando o portal.
― Espera, então esse portal leva para a Internet? – Vick perguntou.
― Exatamente. – ele confirmou.
― É para lá que queremos ir. – Kevin disse. – Você pode nos enviar para a localização do banco que foi roubado? – pediu.
― Se estão dispostos a se arriscarem, posso fazer isso.
Eles agradeceram e, após o homem digitar alguma coisa em um teclado que nenhum deles tinha visto, passaram pelo portal. Foi como descer de um escorregador. Entretanto, apesar de terem entrado juntos, eles saíram separados.
Frank olhou para os lados e não conseguiu enxergar nada. Precisou esperar um pouco para sua visão se acostumar com a escuridão. Quando voltou a ver melhor, reparou que estava em um beco sujo, pequeno e fedido.
― Kevin! Vick! – ele chamou e se levantou.
Ele pegou a pistola e a deixou preparada. Saiu em uma rua maior e mais larga, mas ainda assim estreita. Seguiu para a direita até ela acabar e então foi obrigado a virar para a esquerda. Depois de um tempo, parou e se lembrou de uma coisa.
― Como sou idiota! – disse e bateu a mão na testa.
Aproveitou a pouca largura da rua e pulou de uma casa para a oposta e enfim para o topo de uma delas. De cima, pôde ver o labirinto no qual estava e do qual não iria sair nunca se continuasse. Escolheu um lado e começou a correr sobre os telhados das construções.
― Não sei o que aconteceu, mas espero que os outros estejam bem.

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Kevin sentiu seu rosto e seus lábios serem umedecidos e, com os olhos ainda fechados, começou a resmungar.
― Não, Vick, aqui não. O Frank pode ver. Acho que ele ainda gosta de você. – mas ao abrir os olhos, não foi a garota que ele viu.
Um cachorro o lambia com empolgação, quando o rapaz pulou de um sobressalto. O animal saltou para trás e o ficou observando. Kevin olhou ao seu redor e se viu em um extenso gramado com nada além do verde de sua vegetação até onde a vista alcançava.
― Ei, por um acaso, você não viu duas outras pessoas por aqui, né? – ele perguntou ao cachorro, e este latiu. – Legal, agora estou falando com os animais. – ele disse começou a andar de um lado para o outro com o cão acompanhando-o. – Eu não entendo, nós deveríamos ter chegado juntos no Banco Padrão. O que será que aconteceu? – ele perguntou para o animal que latiu mais uma vez. – Mas é claro! Aquele homem no portal era um vírus, por isso a aldeia estava vazia. E, por isso ele nos separou. – o cachorro ficou olhando-o com a língua do lado de fora. – Preciso encontrar meus amigos. Até mais, amiguinho. Valeu pelas lambidas. – Kevin disse e se afastou.
Com o poder do pensamento, rajadas de fogo saíram de suas botas e o rapaz de armadura dourada saltou voo.


Um objeto pontiagudo em suas costas acordou-a. Vick passou a mão no local incomodado e olhou ao redor, mas antes que visse qualquer coisa, um desagradável cheiro lhe atingiu o nariz.
― Mas que fedor é esse? – ela reclamou e tampou o nariz.
― É o fedor do lixo, dona. – disse um homem, metros abaixo dela.
Foi então que ela percebeu que estava num gigantesco lixão. Enquanto descia para conversar com o homem, viu que estava rodeada por montanhas e mais montanhas de lixo.
― Oi, o senhor poderia me informar como chegar no Banco Padrão? – ela perguntou ao chegar no chão.
― Sim. É só seguir reto por aquela montanha ali. – ele apontou para uma direção à esquerda. – Mas é longinho.
― Tudo bem. Obrigada. – ela disse e deu um longo pulo que a levou ao topo da montanha fedida. – Só espero que aqueles dois não tenham bancado os machões e tentado procurar o caminho sozinhos. – ela disse enquanto pulava. 

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