quarta-feira, 5 de junho de 2013

Detetives Virtuais T01C06

O ACORDO

― Eu vou perguntar mais uma vez. Como manipularam as câmeras de segurança e por que esperaram duas semanas para roubar o dinheiro dessa empresa? – o agente Porto repetiu para Kevin, que estava sentado e com as mãos algemadas para trás.
― E eu vou responder de novo. Nós não mexemos nas câmeras, aliás nem sabíamos que tinha. E também não roubamos dinheiro nenhum. Fizemos nosso trabalho e recebemos por isso e foi só. – o rapaz respondeu.
― Não foi o que os seus amigos me disseram. – o agente disse e Kevin fez uma expressão de surpresa. – É, eles já confessaram tudo. Não há mais motivo para você esconder.
― Uau! Você está mesmo desesperado, hein. Além de ser um péssimo interrogador. – o rapaz comentou. – Eles não disseram isso, até mesmo porque não há nada para ser dito. Agora, se não se importa, eu gostaria de um advogado, eu tenho direito.
― Direitos! – Porto gritou e riu alto. – O brasileiro está muito mal acostumado com seus muitos direitos. Pois eu vou te dizer que direito você tem: o direito de parar de me enrolar e falar a verdade. – o agente gritou e bateu na mesa com as duas mãos.
― Eu e meus amigos diremos a verdade se você nos der cinco minutos a sós para conversarmos. – Kevin pediu e Porto endireitou sua postura.
― Hum, cinco minutos. – o agente refletiu e avisou. – Se você estiver me enganando...
― Não tenho motivos para isso, quero resolver isso o mais rápido possível, mas primeiro preciso falar com meus amigos.
― Tudo bem. – Porto concordou e saiu da sala.
Não muito depois, ele voltou com alguns agentes trazendo Vick e Frank.
― Cinco minutos! – o agente lembrou e fechou a porta.
― Vocês estão bem? – Kevin perguntou.
― Sim, mas como vamos sair dessa? – Vick devolveu.
― Não vejo muita saída aqui. Acho que teremos que contar a verdade. – Kevin disse.
― Também pensei nisso. – Frank admitiu.
― O que? Depois de tudo que passamos? – a garota se indignou.
― Eles são policiais federais, Vick. Não há muito que possamos fazer. – Frank explicou.
― Tudo bem. – ela assentiu.


Kevin chamou o agente de volta e, quando este voltou, contou tudo sobre a tecnologia que eles criaram. Da digitalização do DNA a todas as aventuras que tiveram até então.
― E vocês realmente esperam que eu acredite nisso? – o agente disse após o relato.
― Você queria a verdade. Acabamos de contá-la. – Frank disse.
― Então terão que me provar. – Porto exigiu.
― Podemos fazer isso, mas antes, tenho um acordo a lhe propor. – Kevin disse.
― Outro? Devo lhe lembrar que você não está no controle aqui, garoto. – o agente disse.
― Eu cumpri o primeiro, não cumpri? – Kevin disse e continuou. – Nós vamos lhe mostrar a tecnologia, vamos encontrar o verdadeiro responsável pelo roubo da empresa e em troca, o modo como trabalhamos continuará anônimo. – o rapaz concluiu.
― Não posso fazer isso. – Porto declarou.
― A escolha é sua. Eventualmente, terá de nos libertar por falta de provas e não seremos nada além de três loucos que inventaram uma desculpa para não serem presos. – Frank emendou e fez o agente pensar.
― Muito bem. Está combinado, mas vocês ficam me devendo um favor e podem ter certeza de que um dia, eu vou cobrar. – o agente garantiu.
De frente para o computador pessoal do Sr. Monteiro, Frank inseriu o código e em seguida todo seu corpo foi transformado em dados digitais e sugado para dentro da máquina. Vick foi em seguida e por último, Kevin. Os oficiais e o empresário arregalaram os olhos em descrença.
― Acredita que eles vão conseguir recuperar meu dinheiro? – o Sr. Monteiro perguntou depois do choque inicial.

― A essa altura, não duvido de mais nada daqueles três. – o agente Porto devolveu.

Um comentário :

  1. Um favor para ser cobrado mais adiante... Isso dá pano pra manga como diria a minha vó. Hahaha. Já disse que adoro as figuras que coloca no meio das histórias? :)

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