quinta-feira, 20 de junho de 2013

Caos Urbano T01C08

SUSPEITO

O Hospital Amadeu Polvilho se tornou um grande centro de referência em seus 20 anos de existência, muito graças a seu dono e principal médico, o neurocirurgião Doutor Terom. A Detetive Marins usou seu distintivo para passar pelos setores do local até chegar ao consultório de seu dono.
― Não costumo fazer encaixes de pacientes, detetive. – ele disse após deixá-la entrar.
― Pode ficar tranquilo, não foi para isso que vim. Estou muito saudável por sinal. – ela devolveu.
― Não é o que esse braço mostra. – o médico reparou.
― Ah, isso. Foi um acidente de trabalho, já estou bem. Como eu disse, não se preocupe. – ela reafirmou.
― Muito bem. Então em que posso lhe ser útil? – ele perguntou.
― Estou investigando um assassinato e, após análise pericial, foi descoberto que a arma usada para o crime veio desse hospital. – ela disse.
― Essa é uma acusação muita séria, Detetive.
― Sim. O equipamento em questão é uma serra para cortar membros. – ela informou.
― Sei qual é, mas sinto lhe informar que nosso equipamento ainda não chegou a ser usado e ele é muito bem guardado. – Terom informou.
― Então não vai se importar de me mostrar. – Raquel pediu.
O médico a levou para o local em que ficavam guardados os materiais cirúrgicos. E lá estava ela, na segunda prateleira de uma estante. Uma bela serra com muitos dentes afiados de variados tamanhos para facilitar o corte.
― Receio que terei que levá-la para análise pericial. – a detetive disse.
― Eu entendo. – o doutor respondeu e chamou um enfermeiro que estava próximo. – Espero que as coisas se resolvam logo. – ele disse à morena assim que o rapaz foi embrulhar o equipamento.
― Eu também, doutor. Eu também. – ela disse e recebeu a serra em uma caixa. – Até mais.
― Espere! – ele pediu. – Posso ter a honra de saber o nome da bela detetive que me interrogou? – ele disse galantemente e a fez sorrir.
― Sim, desculpe-me. Meu nome é Raquel Marins. – ela respondeu e foi.
Do hospital, ela seguiu de volta para o Instituto de Criminalística para deixar a possível arma do crime. De lá, voltou para a delegacia, onde decidiu começar uma pesquisa sobre o médico que a recebera de modo tão solícito.
― Solícito até demais. – ela pensou.


Galvão Terom sempre foi um médico muito dedicado. Com a ajuda do pai e de alguns amigos que entraram com o capital, ele construiu o hospital que se tornaria seu legado. Viciado em trabalho, ele tentava manter seu casamento e o hospital, mas este sempre vencia. Após uma ameaça de divórcio por parte de sua mulher, Terom decidiu levá-la para uma segunda lua de mel.
No caminho para o aeroporto, o carro em que estavam sofreu um acidente e sua mulher morreu na hora. Depois disso, seu comportamento mudou totalmente. Ele ficou ainda mais sério e viciado em trabalho. Passou a dormir ainda menos e nunca saía para se divertir. Sua filha mudou de cidade para ficar longe dele. Por fim, ele comprou um apartamento ao lado do hospital para estar perto sempre que fosse necessário.
Após ler essa biografia, Raquel pensou e juntou todas as peças que tinha, mas a conclusão a que chegou não lhe agradou muito.
― Não, não pode ser isso! É muito insano! – ela disse em voz alta.
― Disse alguma coisa, Raquel? – perguntou um estagiário que passava ao lado de sua mesa.
― Não. – ela disse e ele continuou seu caminho. – É só que... eu acho que meu assassino está tentando montar uma nova mulher para ele. – ela falou para si mesmo em voz baixa.

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