terça-feira, 28 de maio de 2013

Tudo Por Uma Notícia T02C05

TESTE

Dentro do terreno, Rubens circundou a construção e encontrou uma janela acessível, mas não conseguiu abri-la. Envolveu a manga de sua camisa em sua mão e socou o vidro, quebrando-o. Entrou em um escritório, ficou quieto para ouvir algum movimento, mas só houve silêncio.
Devagar, ele se aproximou da porta e a abriu com cuidado. Sem fazer barulho, o jornalista saiu da sala e se viu em um corredor. Foi andando, sempre encostado nas paredes, e, depois de muitas voltas, chegou a uma porta com um painel com teclado numérico. De imediato, pegou o celular que o amigo havia lhe dado, mas este tocou em seguida.
― Sincronia perfeita, Leonel. Estou em frente a uma porta... – Rubens começou a dizer, mas foi interrompido.
― Tente 5382. – o coronel disse.
― Como você...? Ah, deixa para lá. – o jornalista disse e digitou o código que abriu a porta. – Uau! – Rubens disse ao entrar. – Esse lugar está cheio de drogas. Deve haver centenas de sacos de cocaína, maconha e, acho que até, de crack.
― Muito bem, Rubens. Agradeço a sua ajuda. Agora saia daí imediatamente. Minha equipe colocou bombas em toda a propriedade e vai explodir em cinco minutos. – Leonel disse e desligou.
― Como é que é? – Rubens perguntou assustado. – Leonel? – chamou em vão. – Droga!
No furgão, os militares assistiam e ouviam tudo pelas câmeras do local.
― Se você faz isso com o seu melhor amigo, não quero nem imaginar o que faria com seu pior inimigo. – o capitão comentou.
― Você sabe muito bem o que faço com meus inimigos, capitão. – Leonel respondeu e emendou. – E o Rubens precisava desse teste para eu saber se ele está apto para nos ajudar de verdade.
― Ainda acho que você superestima demais as habilidades desse jornalista. – o segundo no comando opinou e o coronel simplesmente sorriu.


Desesperado, Rubens correu sem se preocupar em ser ouvido ou visto. Em uma virada de corredor, trombou contra dois policiais que tentaram pará-lo.
― Ei, como conseguiu entrar aqui? – perguntou o primeiro e pôs a mão no cabo da arma.
― Temos que sair daqui agora. Esse lugar todo vai explodir. Rápido! – Rubens avisou.
― O que? O que está dizendo? Você é um desses kamikazes? – perguntou o segundo e os dois apontaram as pistolas para o jornalista.
― O que? Não! Ah, droga! – Rubens praguejou e empurrou os dois policiais e saiu correndo.
Tentando sair do local ao mesmo tempo em que fugia dos oficiais, Rubens foi passando de corredor em corredor até que chegou ao saguão de entrada. Um porteiro que estava ali gritou alguma coisa para ele, mas o jornalista já havia desistido de tentar salvar os outros. O furgão saiu do local em que estava e avançou até a frente do depósito.
― Santana, Jeller, vão pegá-lo. – Leonel ordenou.
Faltando poucos segundos para a explosão, Rubens passou pela porta de entrada e correu o máximo que pôde. No meio do caminho, porém, o chão começou a tremer e tudo que havia atrás dele foi consumido pelas chamas. O impacto da explosão espalhou uma onda de ar que atingiu, levantou e empurrou o jornalista fortemente para frente. Os dois soldados seguraram Rubens para que não se machucasse.
― Nós o pegamos, Sr. Fonseca. – disse Santana.
― Por aqui, por favor. – Jeller emendou guiando o jornalista até o fundo do furgão.
Ao ver o amigo sentado e esperando-o, Rubens foi consumido por uma raiva até então nunca sentida.
― O que está acontecendo aqui, Leonel? Eu quero uma explicação e quero agora! – exigiu o jornalista, com uma expressão nunca vista pelo coronel.

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