quinta-feira, 16 de maio de 2013

Caos Urbano T01C03


CARTAS NA MESA

― E aí, Rezende, o que você tem para nós? – Raquel perguntou ao entrar no necrotério da criminalística.
― Oh, algumas coisas interessantes. – respondeu o velho médico legista.
― Diga lá, então. – pediu Jorge.
― A vítima foi identificada e se chama Gilson Andrade, tinha 30 anos e era farmacêutico. – começou o legista. – Encontrei um fio de cabelo de outra pessoa que foi identificada como Plínio Valdetaro. – ele disse e os detetives se olharam. – Suspeito? Possível assassino, talvez?
― Talvez. O que mais? – a morena perguntou.
― Os peritos ainda não terminaram de analisar todas as evidências, mas pediram-me para lhes dizer que de uma coisa eles têm certeza. O corpo não foi morto no Barigui. Foi levado até lá depois do ato. – Rezende informou.
― Muito obrigado, Rezende. Ajudou bastante. – Raquel agradeceu e saiu com seu parceiro.
De volta ao distrito policial, ela passou o que fazer para o pessoal participante da investigação.
― Quero saber tudo o que aconteceu com os cinco colegas do assassino que ainda não foram mortos. Onde estão, o que fazem da vida, tem descendentes. Tudo. – ela disse e três saíram para pesquisar. – Quero um perfil completo do Valdetaro: onde nasceu e cresceu; com quem casou; se teve filhos; se esses filhos tiveram filhos e o que fazem agora. – mais dois saíram para essa tarefa. – Quero a lista dos pontos turísticos em foram encontrados os corpos e quais ainda faltam. – o último saiu para isso.
― E nós? O que vamos fazer? – Jorge perguntou.
― Uma visita ao novo Valdetaro. – a jovem respondeu.
O bairro era simples, algumas casas de madeira outras de alvenaria, na periferia da cidade. Os detetives entraram em uma de madeira. Assim que abriram a porta, viram uma mulher morta sentada numa poltrona, com um grande pedaço de papel em que estava escrito “Ligue o DVD”.
Quando eles fizeram, um homem loiro, com o cabelo caído na testa, apareceu e começou a falar.


― Olá, policiais, detetives, inspetores, investigadores ou seja lá o título que vocês ostentam. Se estão assistindo esse vídeo é porque seus peritos encontraram o fio de cabelo que coloquei no corpo que deixei no Barigui. Eles merecem um aumento de salário. – Plínio disse e os detetives notaram que ele não estava em residência, mas em algum lugar com muitas árvores. – Vocês devem ter muitas perguntas em mente agora. Vou tentar responder algumas. Primeiro, a mulher que jaz na poltrona da minha sala é a minha mãe. Estava cansado dela e precisava me livrar dela para seguir meu plano. – ele continuou enquanto se movimentava no local em que estava. – Quanto ao meu objetivo e o motivo pelo qual estou fazendo tudo isso, é muito simples, estou vingando meu avô. Imagino que já devam estar procurando as pessoas que ainda não foram, não é? Vou dar a dica para poupar o tempo de vocês. Elas já estão comigo e vão morrer não importa o que vocês façam. Por que estou contando tudo isso? Porque é divertido ter o controle de tudo e ver que a polícia não pode fazer nada para impedir. – o assassino disse e parou de andar. – Vocês devem querer saber onde eu estou, não é? Oh, tenho certeza de que já estiveram aqui? Prestem atenção. – ele disse e virou a câmera ao redor.
― Ópera de Arame. – Raquel reconheceu.
― Última dica, sei que adorariam fuçar em todos os cantos da minha casa, mas isso não posso permitir. Portanto, assim que o vídeo acabar e vocês tirarem o DVD, terão apenas 10 segundos para sair antes que a casa inteira exploda. Até mais. – ele disse e a tela ficou azul.
― Precisamos sair daqui. – Jorge disse.
― Espera! – Raquel o parou. – Não ouviu o que ele disse? Só depois que tirarmos o DVD é que vai contar o tempo. Vamos fazer o que ele não quer e fuçar a casa dele. – ela disse e o compartimento do aparelho de DVD se abriu.
Sem tempo para pensar, com um reflexo, a detetive pegou a mídia do aparelho e saiu correndo pela porta da frente, acompanhada pelo seu parceiro. Ao chegarem no portão, eles ouviram o barulho e depois sentiram o tremor. Só tiveram tempo de pularem por cima do carro e se esconderem atrás dele. A casa explodiu e seus pedaços voaram pela rua e pelos ares. Ao ver os rostos das pessoas que olhavam o que acontecia, a detetive olhou para o seu parceiro e disse.
― Nosso assassino em série acabou de instalar o caos na cidade.

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