quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Conspiração Temporal T01C10


O BIBLIOTECÁRIO

As duas amigas saíram do elevador e se viram no meio de um imenso corredor. Escolheram a esquerda. Cada sala possuía uma placa que sobressaía a parede. Assim puderam ver à distância o local em que o Dr. Cintra estava. Porém, antes de chegar lá, elas viram um grupo incomum surgir do fim do corredor.
Nanda logo reconheceu Salveski, que estava acompanhado de dois de seus guardas particulares e um homem mais alto que todos, sua cabeça quase batia no teto e suas feições eram muito diferentes.
— Continue andando normal e entre na próxima porta. – a loira sussurrou para a amiga.
De longe, o governador não reconheceu suas antigas algozes, ainda mais trajadas de ternos. Quando elas saíram do corredor, ele deixou para lá, apesar de achar estranho o tamanho da mochila que elas carregavam.
— O que será que ele foi fazer lá? – Jéssica perguntou.
— Não sei, mas teremos que esperá-lo sair. Senão, nosso plano de passar despercebidas vai por água abaixo. – Nanda disse.
— Fiquem à vontade para aguardarem aqui. – disse uma voz atrás delas.
As duas, até então de costas para o interior do cômodo, se viraram bruscamente. Perceberam que estavam em uma biblioteca e em sua frente se encontrava um senhor sentado a uma mesa, usando um óculos de meia lua e lendo um livro.
— Quem é você? – Nanda perguntou e as duas colocaram a mão em suas armas invisíveis devido aos cintos.
— Eu sou o bibliotecário. – ele respondeu. – Vocês parecem ser advogadas, mas suas mochilas não condizem com sua vestimenta.
— Acabamos de chegar de viagem. – Jéssica devolveu a resposta pronta.
— Ou estão partindo. – ele disse e deixou as mulheres mudas.
Nanda estudava o homem idoso. Se ele quisesse matá-las ou atrapalhá-las, já teria feito ou talvez só estivesse brincando com elas.
— Sabem, eu ajudei a reconstruir o mundo. – ele começou. – Mas confesso que hoje me desagrado com ele tanto quanto vocês. – elas se espantaram com o rumo da conversa. – Depois da Grande Guerra, criar um governo hereditário e sem democracia pareceu a melhor ideia. E deu certo por um tempo. O grande problema é que os governadores da época eram velhos e logo morreram. Seus filhos que estragaram tudo, principalmente o do Salveski. – ele continuou. – Há quatro anos fui chamado pelos rebeldes para fazer parte da inteligência do grupo deles. Apesar de querer do fundo do meu coração participar e ajudar a mudar o mundo novamente, eu neguei. Sabia que eles não conseguiriam ganhar das capitais. Sim, fui egoísta, escolhi minha vida a meus ideais. Não sabem o quanto me arrependo disso hoje. – ele concluiu tirando os óculos e limpando as lágrimas dos olhos.


— Quem é o senhor? – Nanda perguntou intrigada.
— Não sei para onde vão, mas toda viagem requer um bom livro. – ele disse ignorando a pergunta da loira e fazendo um movimento para se levantar. – Se me permitem... – ele pediu e, com um aceno de Nanda, levantou-se. – Aqui estão. – ele surgiu com dois grandes livros. – O renascimento do mundo, esse conta toda a história desde a Grande Guerra até hoje. A ciência e tecnologia do novo mundo, esse mostra tudo o que foi descoberto e criado no mesmo período. Se pudesse resumir toda a nossa vida desde a guerra nuclear em livros, seriam nesses dois. Por favor, peguem-nos. – ele disse e entregou um para cada uma.
— Obrigada. – Jéssica agradeceu meio sem jeito, no instante em que o abrir e fechar de uma porta se fez ouvir.
— Acho que essa é a deixa de vocês. – disse o bibliotecário.
Jéssica e Nanda saíram sem saber o que dizer e se dirigiram para o laboratório do doutor. Entretanto, encontraram uma grande surpresa ao chegarem lá. O tal homem, cuja cabeça quase tocava o teto, estava destruindo tudo.
— Parado! Quem é você? – Nanda disse e sacou a arma.
— Eu sou o Sistema Avançado de Tecnologia em Inteligência e Força, também conhecido como SATIF. – respondeu o andróide com voz metálica.
— O que você está fazendo? Onde está o Dr. Cintra? – Jéssica quis saber.
— Fui designado para destruir todas as invenções do humano conhecido como Dr. Cintra, que foi levado pelo Governador Salveski para o terraço do prédio. – o robô informou.
— O que faremos, Nanda? Precisamos salvar o doutor, mas as máquinas do tempo estão aqui. – Jéssica ponderou desesperada.
— Só tem uma maneira. Vamos nos dividir. Você vai resgatar o doutor e eu fico para enfrentar essa máquina. – a loira decidiu.
— Mas, Nanda, ele...
— Consegue cumprir sua parte? – a mais alta segurou no ombro da amida e olhou bem nos seus olhos.
— Sim. – a morena respondeu com determinação e saiu.
— Então, SATIF, não é? – Nanda chamou e o andróide se voltou para ela.

2 comentários :

  1. O passado, presente, futuro tudo muito assustador, que história!

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  2. Sabe aquele cara gigantesco do primeiro filme MIB, que marca um almoço com o ET que se fantasiava de velhinho e tinha uma galaxia num pingente? Bom, quando penso no SATIF só penso nele.

    E esse bibliotecário misterioso aí? Mó medão de quem ele pode ser.
    Espero que nenhum dos três (Cintra, Jéssica, Fernanda) morra, né?
    Senão vou começar a pensar que tá rolando uma tentativa de corte de pessoal para redução de palavras nos posts.

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