segunda-feira, 22 de outubro de 2012

O Motoqueiro das Trevas T01C07


PRESO

— Ele ainda não fala? – o delegado perguntou ao entrar na sala atrás do espelho duplo da sala de interrogatório.
— Não. – o detetive Vidal confirmou.
— Vamos ver se comigo, ele fala. – o delegado decidiu e saiu.
Ian estava sentado de modo curvado, cabeça baixa e as mãos algemadas sobre as pernas. Sua jaqueta e óculos estavam em cima da mesa e seu colete, que o protegeu dos tiros dos policiais, foi-lhe tirado. O delegado Biaco sentou em frente a ele colocou uma pasta com papeis em cima da mesa. Nesse momento, Ian resolveu apoiar as mãos no móvel.
— Está pronto para falar, Motoqueiro? Ou devo dizer, Ian Rampinelli. – o oficial disse ao tirar uma folha de dentro da pasta. – Por que, Ian? Só me diz por quê? – o advogado manteve-se quieto e de cabeça baixa. – Ian Rampinelli, filho de Cláudia e Moacir Rampinelli, ambos da área do Direito. Um jovem com uma carreira promissora. Abriu um escritório há 2 anos e já possui uma vasta clientela. – Biaco leu a ficha do rapaz. – Diga-me, Ian, que motivo o fez largar sua vida para se tornar o Motoqueiro? – o delegado insistiu e, dessa vez, Ian decidiu falar.
— Vocês ainda não levaram minha moto para o depósito, não é? – ele disse e surpreendeu o delegado com a mudança de assunto. – Não, claro que não. Vocês precisavam vê-la antes, não é? Ou melhor, exibi-la. – ele mesmo respondeu.
— Muito bem, se não quer falar sobre seus motivos, tudo bem. – Biaco disse ignorando o que Ian falou e mudando de assunto também. – Então, diga, quem é o seu fornecedor de armas e acessórios? – o oficial quis saber.
— Você sabe quem tem as chaves dessas algemas? Elas coçam mais do que eu imaginava. – Ian mudou de assunto de novo. – Aliás, você sabe se está chovendo? Não vi as estrelas hoje.
— Já chega! – Biaco irritou-se. – Você pode não responder minhas perguntas, mas ficar fazendo gracinhas não vai te ajudar em nada. Não há juiz no mundo que vá te absolver. – o delegado disse.
— Eu não confiaria tanto nisso. – Ian disse e sorriu. Biaco levantou-se.
— Não que vá fazer diferença para você, mas as chaves que te libertam, estão comigo. – o oficial disse e mostrou as chaves para o algemado.
— Obrigado pela informação. – Ian agradeceu e, num movimento rápido, pegou os óculos de cima da mesa, levantou o móvel e o chutou, empurrando o delegado contra a parede.
O advogado pegou as chaves do oficial caído. Vestiu a jaqueta e colocou os óculos escuros. Quando ele ia sair, a porta se abriu e o detetive Vidal surgiu com dois policiais.
— Eu me rendo. – Ian disse e se aproximou do policial do meio.
Sem saber o que fazer, o policial olhou para o detetive, que assentiu. No momento em que foi algemar o Motoqueiro novamente, este reagiu rapidamente e, antes que os outros pudessem disparar, o oficial foi jogado contra Vidal e o policial que estava na porta foi golpeado e lançado para fora.
Ian pegou a arma dele e foi andando pelos corredores da delegacia. Ele tentou não disparar, mas quando estava chegando na saída, vários policiais surgiram e ele não teve escolha. Entretanto, não atirou para matar como fazia com os bandidos. Sua moto estava no pátio frontal do lugar, sendo guardada por alguns oficiais.
O rapaz conseguiu ver isso de dentro da delegacia, dessa forma, antes que os guardas pudessem notar o barulho dos tiros, Ian apareceu correndo da porta de entrada. Atirou na perna de um deles de longe e, ao chegar perto, golpeou os demais. Ele montou em sua moto e saiu antes de ser atingido por algum tiro. Ian desapareceu tão depressa na escuridão que não deu tempo da polícia persegui-lo. Ao chegar num lugar afastado e silencioso, ele parou e mexeu na moto. Revistou-a de baixo a cima, de frente a trás.
— Como eu imaginei, nenhum aparelho rastreador. Ainda não consigo entender como fui capturado. – o Motoqueiro disse e voltou a dirigir.


— Como é que é? – Biaco gritou. – Como assim você não colocou um rastreador na moto dele?
— É que não tinha aqui, então pedimos para os outros distritos, mas não chegou ainda. E então, ele fugiu. – Vidal respondeu e sorriu sem jeito.
— Ótimo! – Biaco suspirou. – Muito bem, nova tática. Quero que em todas as mídias existentes, a identidade dele seja revelada. E também, ofereça uma recompensa para denunciar quando vir ele. – o delegado mandou. – Ele pode ter escapado, mas as coisas não estão como antes. – o oficial refletiu.

2 comentários :

  1. VC é muito booom! Vc quer participar do dia das bruxas/?/? Tipo eu, vc e a Geovanna Rubbo escreveriamos cada qual um contos envolvendo Halloween. O que achas?
    Abraços,

    raffaelpetter.blogspot.com

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  2. Quero ver a continuação dele... rs.

    Beijos.

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