terça-feira, 23 de outubro de 2012

Conspiração Temporal T01C07


REVOLUÇÃO ANTIGOVERNO

A Grande Guerra durou três anos, mas, mesmo sendo a menor das guerras mundiais, foi a que teve resultados mais catastróficos. Apesar de ter sido um dos países menos atingidos, no Brasil, seis estados decidiram liderar o país para impedir futuros conflitos.
As regiões da Amazônia e do Pantanal passaram a ser superprotegidas e estudadas. A forma de governo mudou. Não havia mais presidente, senadores, prefeitos, deputados ou vereadores. O único cargo político que sobrou foi o de governador, que passou a ser das capitais e não dos estados em si. No começo, isso funcionou bem, mas logo a desigualdade se tornou maior e mais evidente do que sempre foi.
Quem morava na capital tinha tudo, mas nas outras cidades, os recursos eram escassos. Logo, muitos começaram a ficar revoltados, embora não houvesse nada que pudessem fazer, afinal não havia mais eleições e com o consentimento da própria população. Vários anos de opressão se passaram até que grupos de todos os estados líderes se uniram e decidiram iniciar a revolução.
Foram meses de planejamento. No Paraná, mais precisamente infiltrado dentro da própria capital, o cabeça foi o Dr. Cintra. A revolução durou poucos meses, pois as capitais estavam prontas para algo assim. Entretanto, durante esse tempo, uma delas caiu. Por ser uma ilha e ter tido todos os seus meios de transporte e comunicação cortados, Florianópolis foi dominada pelos rebeldes.
Após isso, as outras capitais foram com tudo o que tinham e os habitantes de Santa Catarina tiveram que tomar uma decisão. Não foi fácil, mas não houve tempo para pensar direito, por isso eles decidiram proteger o seu estado. Fecharam as fronteiras e remontaram o sistema de segurança. Quando as outras capitais venceram, elas precisaram se reerguer e se preparar para atacar o novo estado rebelde.
Antes disso, eles puniram os participantes da rebelião em todos os estados. Em Curitiba, porém, o governador decidiu poupar um. Salveski sabia da inteligência superior do Dr. Cintra, e imaginou que ele seria muito útil trabalhando para a capital. Entretanto, como previu, a proposta não foi bem recebida.


— Nunca! Prefiro morrer a me juntar a você. – Cintra disse.
— Com essa decisão, você não será o único a morrer. – Salveski disse.
— Quer dizer que... – Dr. Cintra quis confirmar o que havia entendido.
— Eu posso poupar alguns. – o governador disse.
O cientista aceitou, mas logo descobriu que tinha sido enganado. Assim que foi levado para o seu quarto laboratório, ele ouviu quando Salveski saiu e mandou matar todos os envolvidos na revolução. O doutor tentou ligar para os amigos, mas nenhum celular estava funcionando, devido ao choque eletromagnético que a capital emitiu durante a batalha final.
Dr. Cintra, então se lembrou dos cintos, invisíveis e resistentes a quase tudo, que fez para Jéssica e Nanda. Ligou para uma delas bem no momento em que o local dos refugiados estava sendo atacado pelas forças da capital. Assim como os catarinenses e graças a insistência do doutor, elas deixaram seus companheiros e fugiram.
O tempo passou e no começo, o cientista nem tentou entrar em contato com elas. Já que a situação pedia, ele conquistou a confiança de Salveski e teve algumas regalias, como sair do prédio, ter um dia de folga por mês, e depois de um tempo, ganhou folga semanal. Dois anos de um trabalho intenso em reprojetar a capital e seu sistema de segurança e de defesa, deram a doutor o direito a um pedido. Ele escolheu uma casa, onde pudesse ir em suas folgas.
Ficou seis meses sendo vigiado, mas então foi deixado de lado, devido ao seu bom trabalho e comportamento. Desde que foi “preso”, empenhou-se na criação da máquina do tempo. Quando estava para terminar a segunda, ele chamou as duas amigas.
— Por que precisa de duas? – a morena quis saber. – Achei que seria um carro, uma moto ou uma nave. – ela supôs.
— É um pequeno relógio. Foi a maneira que pensei para conseguir criá-la bem embaixo do nariz do Salveski. – Dr. Cintra explicou. – Só tem um problema.
— Qual? – elas perguntaram.
— Não tenho permissão para sair com nenhum aparelho que crio. – ele disse. – Por isso, assim que eu terminar a segunda, o que acontecerá essa semana, vocês terão que entrar no prédio principal do centro tecnológico da capital, a Torre do Relógio. – Dr. Cintra avisou e esperou a reação delas
— Humm... – Nanda começou enquanto tomava um gole de suco para ajudar a engolir o pedaço de pão. – Parece divertido! – ela disse e sorriu.  

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