quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Comando Épsilon T01C06


SEMEANDO A DISCÓRDIA

Li abriu os olhos e viu que já era noite. Verificou o GPS e percebeu que todos os outros estavam parados. Concluiu que resolveram descansar e agir pela manhã. Ele olhou para baixo e, como não havia nenhuma movimentação por parte do grupo de Deusa, se deu ao luxo de voltar a dormir.
O primeiro raio de sol o despertou mais uma vez. E bem a tempo de notar seus alvos levantando acampamento e seguindo seu caminho em direção ao norte. Li confirmou a posição do Cabo Maki e chamou-o pelo comunicador.
— Maki, está me ouvindo? É o Li. – o soldado chamou mas não recebeu resposta. – Maki, acorda, seu baka. – Li disse supondo que o colega estivesse dormindo.
— O que? Quando? Onde? Li, é você? Cadê você? – o Cabo respondeu enquanto acordava.
— É claro que sou eu, seu baka. Quem mais te chama de baka, seu baka? – o Soldado lembrou.
— Ah, é mesmo. – Maki concordou.
— Presta atenção, na sua direção, está indo um grupo de criminosas. Elas querem descobrir quem está com os sobreviventes, as armas e o material radioativo. Diga-me, o grupo que está vigiando possui algum desses? – Li disse e perguntou.
— Como sabe que estou vigiando um grupo? – o Cabo ficou intrigado.
— Eu também sei que o líder dele é o Quebra-Ossos e ele domina a região da Praia Oeste. Agora responde! – o Soldado exigiu.
— Puxa, asiáticos são mesmo mais inteligentes. – Maki observou. – Eles não têm nada. Aliás, nem sabem de nada. Parece que o informante deles chegou depois que saímos de lá.
— Então é bem provável que esteja na região que o Capitão foi. Precisamos impedir que esses grupos se juntem. Mesmo desarmados, muitos deles podem ser um problema. – Li comentou.
— Alguma ideia? – o atirador perguntou.
— Sim. Quando eu avisar, você atira em algum ponto do acampamento do Quebra-Ossos. Mas não acerte ninguém. Isso vai fazer com que os dois grupos pensem que o outro está com as armas. E enquanto eles se enfrentam, nós vamos ajudar o Capitão. – o Soldado explicou.
— Certo. – Maki concordou.
Ao sinal de Li, o atirador acertou um ponto vazio no acampamento do perigoso homicida. O barulho assustou a todos. Deusa e seu grupo aumentaram a velocidade do passo. O líder do grupo da Praia Oeste chamou três companheiros e foi investigar a fonte do barulho na floresta.


— Quem vem aí? – Quebra-Ossos perguntou com sua voz grave e imponente, ao ouvir passos.
— Oxe, meu nego, sou eu. Sua Deusa do Agreste! – a morena de cabelos encaracolados disse, enquanto Li se juntava com Maki a um galho de distância.
— Por que atirou em mim, Deusa? Está querendo morrer, preta? – ele também era moreno de cabelos encaracolados e compridos, com os dois meses que já estava na ilha, eles já atingiam a cintura. Ele conseguiu um graveto para prendê-lo e impedir as pontas de caírem em seu rosto.
— Oxente, foi você que atirou. Eu ouvi o barulho e vim correndo para cá. Veja, estou até suada. – Deusa mostrou uma parte úmida camiseta.
— Bem típico de nordestina, suam tão fácil. – falou uma mulher do grupo do alto e musculoso homem.
— Quem é essa, meu nego? – Deusa perguntou para o homicida.
— Apresentações depois, onde estão as armas, Deusa? Você está bem no local de onde veio o tiro. Não tente me enganar. – Quebra-Ossos ameaçou a morena.
Nesse momento, Li fez sinal para Maki para saírem dali. O atirador pulou para o próximo galho, mas quando o Soldado o fez, seu galho partiu e ele caiu. No chão, Li viu o colega parar por sua causa e olhá-lo. O soldado fez sinal para ele ir só e se levantou. Além de todo o barulho da queda, Li estava bem no campo de visão dos criminosos. O plano de fazer os dois grupos se anularem havia ido por água abaixo.
— Ora, ora, o que temos aqui? – a morena magra do grupo de Quebra-Ossos notou.
— Olhe, ele tem uma arma. Foi ele quem atirou. – Deusa reparou.
— É um soldado, deve ter vindo por causa do avião. Explique-se rapaz. – o musculoso homicida exigiu.
— Desculpe, não sou muito bom com palavras. – Li disse, empunhou sua espada e sorriu. – Venham!

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