segunda-feira, 17 de setembro de 2012

O Motoqueiro das Trevas T01C02

RIOS & RAMPINELLI

No começo de uma bela tarde ensolarada, num dos vários escritórios de advocacia da cidade, um jovem advogado ouvia seu cliente.
— ...Eu não quero nada além do meu direito, o senhor entende, né, seu doutor? – o seu Solismar terminou seu relato.
— O senhor trouxe as cópias dos documentos que eu pedi? – o advogado retrucou.
— Sim, senhor. Estão aqui. – o homem simples entregou.
— Certo. O senhor pode ir para casa. Eu vou marcar a audiência e ligo avisando. – o rapaz falou, enquanto levantou para abrir a porta para o cliente.
— Obrigado, doutor. – o homem agradeceu e saiu.
O advogado olhou o relógio e, em vez de voltar para sua sala, foi em direção à copa do escritório. Lá, ele pegou um copo e começou a por café, quando sua colega de trabalho chegou.
— Oi, Ian. Nem vi você chegar. – a advogada cumprimentou.
— Oi, Carol. Pois é, minha manhã foi bem agitada. Mal almocei e tive que atender um cliente assim que cheguei. – o rapaz explicou.


Ian Rampinelli e Anna Carolina Rios se conheceram na faculdade. Com o tempo se tornaram grandes amigos e até namoraram. Depois de formados, os amigos ex-namorados decidiram abrir um escritório de advocacia.
— Então, nem deve ter tido tempo de ler o jornal. – a bela morena supôs.
— Não. O que tem de novo? – ele perguntou e tomou um gole de café.
— O Motoqueiro das Trevas atacou de novo. Ontem à noite. Dessa vez, ele foi mais discreto. Mas irritou bastante os policiais. – ela informou.
— Eu não entendo por que esse “das Trevas”. – Ian disse e pegou o jornal da amiga.
— Ora, Ian, o cara sai numa moto preta, vestido de preto, de noite, para matar pessoas. O termo “das Trevas” parece bem apropriado para mim. – ela disse.
— E por que a polícia está irritada? O cara está ajudando ela. – Ian comentou.
— Não sei, só sei que agora ele vai ter mais dificuldade, pois, segundo diz a matéria, prender o Motoqueiro se tornou a prioridade máxima nos distritos da cidade. – Carol disse. – Bom, preciso ir, Ian. Tenho uma audiência daqui a pouco. Até mais.
Ele leu a matéria por completo, terminou o café e voltou para sua sala. Ligou a televisão para ver algumas notícias. A primeira já lhe chamou total atenção.
— O juiz permitiu que o suspeito de estuprar e espancar a enteada responda o processo em liberdade... – a repórter disse.
— Como é que é? – Ian gritou e bateu na mesa. – Mas o que esse juiz tem na cabeça? Titica de galinha? Só pode, né? – ele extravazou sozinho e se levantou. Pegou seu paletó, sua maleta e saiu da sala. – Angela! Cancele todos os meus compromissos de hoje e remarque para... quando der. Vou sair e não volto hoje. – ele disse ao passar pela recepção e sala de espera.

Um comentário :